sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Mês das primícias

Este é o princípio que Deus usa na Lei das Primícias. Ao pedir os primeiros frutos, Deus queria ser distinguido no coração de seus filhos. A entrega das primícias é uma forma de dar honra ao Senhor:
“Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares”. – Provérbios 3:9,10 

Ao mencionar a necessidade de dar honra ao Senhor em nossas finanças, a Palavra do Senhor fala sobre nossos bens e também sobre as primícias de nossa renda. Não se trata apenas de honrá-lo com nossos bens e nem tampouco de honrá-lo com a nossa renda, mas com as PRIMÍCIAS da renda. A definição que o Dicionário Aurélio dá acerca de primícias é: “Primeiros frutos; primeiras produções; primeiros efeitos; primeiros lucros; primeiros sentimentos; primeiros gozos; começos, prelúdios”. A definição bíblica não é diferente. Por trás de toda uma doutrina fundamentada em ensinos explícitos e figuras implícitas, as Escrituras nos mostram a importância que Deus dá ao ato de entregar-lhe as primícias, ou os primeiros frutos, a primeira parte de algo.
Deus não instituiu as ofertas porque precise delas, mas para provar nosso coração numa das áreas onde demonstramos grande apego. Com a lei das primícias não é diferente. Deus não precisa dos primeiros frutos, nós é que precisamos d´Ele em primeiro lugar em nossas vidas, e este é um excelente exercício para manter nosso coração consciente disto. Lemos em Números 13:13 que se o primogênito (considerado primeiro fruto do ventre) da jumenta não fosse resgatado, seu pescoço deveria ser quebrado. A importância na Lei das Primícias não estava no que seria feito com elas, mas no princípio de não fosse utilizada em benefício próprio.
Entregar ao Senhor as primícias de nossa renda é dar-lhe honra. É distingui-lo. É demonstrar o lugar especial que Ele ocupa em nossas vidas. Deus quer ser o primeiro em nossas vidas. A rebelião de Satanás foi tentar usurpar esta posição divina. E hoje ele ainda tenta tomar o trono de Deus nos nossos corações. Mas devemos manter o Senhor em seu devido lugar.
A Bíblia está repleta de histórias de gente que manteve Deus em primeiro lugar em suas vidas a despeito do preço a ser pago. Abraão se dispôs a sacrificar seu próprio filho, mas não se atreveu a deixar de dar a Deus o primeiro lugar. José foi para a cadeia para não pecar contra Deus numa relação adúltera. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram lançados na fornalha por recusarem-se a dar a uma estátua o lugar que pertence só a Deus. Daniel foi lançado numa cova de leões pela decisão de manter Deus em primeiro lugar. Os apóstolos foram presos e açoitados porque importava antes obedecer a Deus do que aos homens. Estes são exemplos positivos que nos inspiram a seguir as mesmas pegadas dos que agiram de modo correto, mas também há os exemplos negativos de gente que não fez de Deus o primeiro em suas vidas, e tornaram-se um exemplo a não ser seguido.
Além destas figuras e exemplos, o ensino explícito de Jesus não deixa dúvidas sobre a importância do assunto:
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. – Mateus 6:33
A Concordância de Strong mostra que a palavra grega traduzida como “primeiro” neste versículo é “proton” e significa: “Primeiro em tempo ou lugar; em qualquer sucessão de coisas ou pessoas. Primeiro em posição; influência, honra; chefe, principal”. Quando fui batizado no do Espírito Santo, minha vida mudou da água para o vinho. Cresci num lar cristão e tive meu encontro com Cristo muito cedo. Mas somente aos quinze anos de idade conheci a pessoa do Espírito Santo e minha vida em Deus parece ter começado neste ponto. No fim de semana que tive esta experiência e disse para Deus que agora o queria em primeiro lugar na minha vida, Ele me pediu que fizesse a minha primeira renúncia: que eu me desfizesse daquilo que mais amava, minha bike! Nesta época eu passava a maior parte de meu tempo livre treinando manobras de freestyle nesta bicicleta e não havia nada naquela época que eu amasse tanto como aquela bike especialmente montada. Nossas condições financeiras não nos permitiram ter uma bicicleta. A única bicicleta que eu e meus irmãos tivemos antes disto foi a que ganhamos de uma Tia, que por sua vez ganhou num sorteio. Mas juntei meu próprio dinheiro fazendo meus bicos aqui e acolá e consegui montar uma das melhores bicicletas do gênero em meu bairro… Quando o Senhor me pediu que a entregasse, foi como entregar um Isaque no altar, mas eu o fiz! Esta foi a forma (que meu coração entendeu naquela época) de colocar Deus em primeiro lugar na minha vida.
Quando damos a Deus o primeiro lugar não nos frustramos. Pelo contrário, há um senso de realização interior que comprova que fomos criados para isto. Sem Deus em primeiro, há um desequilíbrio em nossas vidas.


CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS
Recentemente, li um livro do pastor Mike Hayes que ampliou meu horizonte acerca das primícias, e o recomendo de coração: “Quando Deus é Primeiro” (editado em português pela Willain Books). Ele me abriu os olhos para o que foi de fato o pecado de Acã em Jericó. Jericó era a primeira cidade a ser conquistada em Canaã. Portanto, de acordo com o princípio das primícias, o despojo de guerra não era deles, e sim do Senhor:
“Tão-somente guardai-vos das coisas condenadas, para que, tendo-as vós condenado, não as tomeis; e assim torneis maldito o arraial de Israel e o confundais. Porém toda prata, e ouro, e utensílios de bronze e de ferro são consagrados ao Senhor; irão para o seu tesouro”. – Josué 6:18,19
Os israelitas estavam proibidos de apropriar-se de qualquer coisa em Jericó. Os tesouros deveriam ir para o templo e as demais coisas (chamadas de coisas condenadas) deveriam ser destruídas. A Concordância de Strong aponta que palavra hebraica aqui traduzida como condenada é “cherem”, que significa: “uma coisa devotada, uma coisa dedicada, proibição, devoção, que foi completamente destruído ou designado para destruição total”. E tem como raiz a palavra hebraica “charam”, que por sua vez quer dizer: “consagrar, devotar, dedicar para destruição”. Traduções bíblicas como a versão Corrigida de Almeida traduzem esta palavra como “anátema” passando uma idéia de que a razão pela qual não se poderia tocar naqueles bens de Jericó eram por ser malditos. Mas a definição bíblica era de algo consagrado para a destruição. Poderia trazer maldição pela quebra de um princípio, mas não eram coisas malditas em si mesmas. Assim como o primogênito da jumenta que não podia ser sacrificado e tinha que ser resgatado ou desnucado, assim também Deus especificou o que queria que fosse dedicado a Ele e o que fosse destruído. O importante não era achar um uso para aquelas coisas, e sim não tocar nas primícias do Senhor. E o exército de Israel obedeceu à ordem que lhes fora dada:
“Porém a cidade e tudo quanto havia nela, queimaram-no; tão-somente a prata, o ouro e os utensílios de bronze e de ferro deram para o tesouro da Casa do Senhor”. – Josué 6:24
Mas um soldado chamado Acã desobedeceu à ordem divina:
“Prevaricaram os filhos de Israel nas coisas condenadas; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou das coisas condenadas. A ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel”. – Josué 7:1
A conseqüência de se quebrar este princípio, foi que a bênção para as demais conquistas foi retirada de sobre Israel. Eles foram derrotados na próxima batalha que exigia muito pouco deles, pois a Lei das Primícias não foi obedecida. Quando se santifica ao Senhor as primícias de algo, santifica-se também o restante. Quando se rouba a Deus nos primeiros frutos, perde-se a sua bênção no restante.
Este princípio funciona em todas as áreas. Ao separarmos um tempo pela manhã para buscarmos a Deus, e oferecermos em nosso devocional as primícias do dia, estamos santificando o restante dele ao Senhor. Quando separamos o dízimo, e aplicamos a Lei das Primícias dando a Deus a PRIMEIRA décima parte da renda, estamos santificando as outras nove partes restantes que ficam em nosso poder.
Alguns pregadores fazem diferença entre as primícias e o dízimo; ensinam o cristão a doar o equivalente ao ganho de seu primeiro dia de trabalho (além do dízimo). Outros ensinam a prática das primícias na entrega do dízimo. A idéia das primícias não se prende tanto ao fato de se é o ganho do primeiro dia ou o primeiro décimo da renda. O importante é dar primeiro a parte de Deus antes de gastarmos com as outras coisas.
Acredito que o dízimo deve ser nosso item número um no plano de contas do orçamento. Além de ser dado primeiro, deve refletir o fato de que Deus vem em primeiro. Quando honramos ao Senhor com as primícias de nossa renda, Ele também nos honra em nossas finanças.
Por outro lado, quando pensamos somente em nós mesmos, e não nos preocupamos com as coisas do Senhor, ferimos sua primazia e perdemos suas bênçãos. É o que ocorreu nos dias de Ageu, quando ele profetizou que o povo só se preocupava com suas casas enquanto a Casa do Senhor estava em ruínas. E justamente por colocarem-se a si mesmos em primeiro lugar e deixar Deus por último (ou de fora) é que perderam as bênçãos divinas.

(Autor desconhecido)

A Paz e a Graça de Jesus.

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